A ginástica, como manifestação do ser humano, vem ao longo da história se constituindo de diferentes
maneiras. A preocupação com o exercício físico acompanha o ser humano desde a
pré-história, período no qual a sobrevivência era a sua maior preocupação:
defender-se e atacar sempre que necessário.
Na Grécia, a ginástica foi marcada por contradições apontadas por Platão na busca
do homem harmonioso, de alma purificada e corpo sadio. Na Idade Média, as festividades e os jogos marcavam
os primeiros indícios para o que mais tarde se tornaria os métodos ginásticos
clássicos. Hoje, a ginástica artística (GA), modalidade esportiva individual
cuja essência percorreu a história da humanidade, configura-se como um dos mais
belos espetáculos do ponto de vista estético, e da superação de limites,
marcada por gestos corporais fortes – graciosamente alinhados e tensionados,
suspensos, invertidos e equilibrados no solo, apoiados ou não em aparelhos,
sempre testando os limites da gravidade.
No mundo contemporâneo, o corpo e a arte de se
exercitar livremente assumem as mais diversas características, cujos símbolos e códigos estão presentes no jogo, no esporte,na dança, na luta, na capoeira e na ginástica.
Como modalidade esportiva
individual, a GA surgiu no século XIX, em um contexto
marcado por exercícios preparatórios para a guerra. Seu idealizador foi o alemão Johann
Friedrich Ludwig Jahn, também conhecido como “o pai da ginástica”.
A GA teve sua origem em
uma espécie de “grande playground” com diferentes aparelhos localizados em uma floresta voltada para a formação de ginastas com interesses
patrióticos. O cavalo para o treinamento foi construído em madeira para que os ginastas se tornassem hábeis na
hora em que precisassem ficar em pé ou girar sobre a coluna do verdadeiro cavalo enquanto
este seguisse em grande velocidade contra o inimigo.
Durante os Jogos
Olímpicos de Atenas, de 1896, os movimentos que caracterizavam a ginástica – conhecida por
ginástica olímpica – consistiam, entre outras provas, em exercícios
nas barras paralelas (individual e por equipe), na barra fixa (individual e por equipe), no cavalo com alças, em
salto sobre o cavalo e em subida em cordas verticais. As provas eram exclusivamente masculinas.
Em 1900, quando os Jogos
Olímpicos ocorreram em Paris, a competição combinou provas realizadas nos jogos
de Atenas com os exercícios de salto em altura, salto com vara, salto em
distância e o histórico cabo de guerra.
Em 1904, em Saint Louis
(Estados Unidos da América), foram incluídos os exercícios
de suspensão nas argolas. Já em Estocolmo (Suécia), em 1912, os exercícios no solo caracterizavam-se por
deixar as mãos livres e marcar a criatividade nas apresentações.
O ano de 1928, em
Amsterdã (Holanda), foi um marco para as mulheres, que até então disputavam oficialmente as competições esportivas apenas em demonstrações. Os exercícios femininos em
conjunto eram realizados nas barras paralelas masculinas baixas.
Na cidade de Berlim
(Alemanha), em 1936, as competições masculinas nos seis aparelhos
(solo, cavalo, argolas, barras paralelas, salto e barra fixa) e os exercícios femininos (paralelas
assimétricas, solo e trave de equilíbrio) imprimiram a imagem da
ginástica ao esporte: técnica, força e habilidades complexas. Diferentes provas, aliadas
à diversidade de estilos e aparelhos, motivaram também a necessidade de
definição quanto às suas regras.
Foi em 1952, em
Helsinque (Finlândia), que a GA iniciou seu período como esporte (no conceito
atual de fenômeno social), quando as regras para julgamento dos exercícios foram
uniformizadas e definidas por meio de um código de pontuação. Foi nessa edição dos
Jogos Olímpicos que, pela primeira vez, as provas deixaram de ser realizadas em
local aberto.
As quatro provas
tradicionais femininas (individual geral e por equipe) – salto, barras paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e solo – foram
incluídas nos Jogos Olímpicos de Roma (Itália), em 1960. O programa feminino, a exemplo do masculino, não sofreu alterações significativas desde então.
Informações básicas sobre a ginástica artística:
► Posições básicas do corpo: estendida, grupada, carpada, afastada, afastada-carpada, em
situações de equilíbrio, suspensão e apoio.
► Competições: por equipe, individual
geral e individual por aparelho.
► Provas ou aparelhos de competição:
– Femininas: salto sobre a mesa, paralelas assimétricas, trave de
equilíbrio e solo.
– Masculinas: solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa,
barras paralelas e barra fixa.
► Os movimentos característicos da GA envolvem: giros sobre si mesmo, aberturas e fechamentos, passar por apoios
invertidos, saltos e aterrissagens, equilíbrios com diferentes apoios,
deslocamentos com diferentes apoios (bipedia, quadrupedia), suspensões,
balanceios e volteios.
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